Polícia investiga se mais de 40 presos saíram da prisão com alvará falso no RJ

15 de Fevereiro 2021 - 04h16
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Depois que dois presos do estado deixaram a cadeia com alvarás de soltura falsos, a secretaria de administração penitenciária do Rio de Janeiro determinou um mutirão para revisar todos os alvarás de soltura cumpridos desde setembro de 2020. O Fantástico apurou que pelo menos 43 casos começaram a ser investigados na última semana.

A investigação dos alvarás começou depois que um desembargador desconfiou da forma que foram liberados João Felipe Barbieri, dia 18 de novembro, e João Victor Roza no dia 14 de outubro.

Barbieri, segundo investigações, faz parte da quadrilha e é enteado de Frederick Barbieri – considerado o 'Senhor das Armas' e que está preso nos Estados Unidos. Foi Frederick, segundo a justiça, que mandou armas apreendidas no Aeroporto do Galeão. João Victor também é acusado de tráfico de armas.

Barbieri saiu da cadeia usando um documento falso feito para parecer ter sido expedido pela Justiça Federal. Pra atestar que não havia nenhum outro mandado de prisão contra João Filipe Barbieri e João Victor Roza, um segundo documento foi falsificado com erros como:

 

  1. Número do processo errado
  2. Mesmo número usado para os dois presos
  3. Quem assina digitalmente o documento é Wagner Soares Ferreira - um policial civil que não existe
  4. O número do alvará de soltura também foi inventado
  5. Endereço pra checagem do documento na internet não confere com o oficial
  6. Código de identificação não bate com o padrão usado pela Justiça.

 

Como se não bastasse a falsificação dos documentos, todo o material foi enviado por um oficial de justiça chamado José Pacassi, que não existe. Ele usou um e-mail particular, desses que qualquer um poderia ter criado de graça na internet --contrariando as normas do Conselho Nacional de Justiça para o envio de alvarás de soltura.

Fonte: G1