Presidente afastada da CAARN diz que foi perseguida por ameaçar interesses

11 de Maio 2021 - 06h41
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A presidente afastada da CAARN (Caixa de Assistência dos Advogados do Rio Grande do Norte), Monalissa Dantas, emitiu uma nota de esclarecimento após notícias divulgadas em torno da sua gestão na entidade. Confira abaixo, na íntegra.

 

A quem puder me dar voz:

Na OAB, vivi dias de realizações, mas também os mais difíceis da minha vida. A verdade é que estes ainda persistem.

Preciso dizer, antes de avançar com esta nota, que nunca estive e que não estou em campanha à Presidência da OAB. Não represento, portanto, um obstáculo para interesses ocultos. O que quero é tão somente o estabelecimento da verdade e a retomada da minha existência pessoal e profissional.

Na Presidência da CAARN, exerci uma gestão produtiva, marcada pela diversidade de ações e projetos para os advogados. A Caixa de Assistência cresceu, realizou eventos, ganhou prestígio nos seus 70 anos, além de destaque nacional. Com a pandemia, a agenda intensa deu lugar a mais de 15.000 atendimentos e até mesmo a concessão de auxílios financeiros.

A CAARN foi solidária e cedeu toda a estrutura de drive thru para que a Prefeitura de Natal realizasse a vacinação contra a Covid-19, o que permitiu a imunização de todos os envolvidos no processo, conforme autorizado pelo Ministério da Saúde.

A minha entrega foi de um trabalho reconhecido nacionalmente, que chegou a receber voto de louvor da OAB Nacional e do CONCAD, e cujas contas relativas a 2019 foram inclusive aprovadas pelo Conselho da OAB-RN.

Esse trabalho, porém, incomodou e passou a ser visto como uma ameaça. Sofri pressão, fui intimidada, o que posso provar logo que me for dada a chance. Mas eu não parei, como não fiz antes, em outras ocasiões nas quais as condições de jovem e mulher me colocaram em situação similar. 

Então a solução encontrada foi a distorção de fatos, a exposição de recortes para confirmar inverdades, o “vazamento” de informações oficiosas. Com o único propósito de exercer sobre mim um verdadeiro massacre moral.

Até aqui não tive oportunidade de defesa, nada formal me foi apresentado e o que sei é o que circula em grupos de WhatsApp. Foi minha a sugestão do afastamento, para demonstrar o quanto sou a favor da apuração. Porém, tudo acontece em absoluto sigilo e sem a indicação de fato concreto, com a emissão de nota de esclarecimento divergente do que consta na portaria que instalou a sindicância, em manifestada antecipação de julgamento.

Entendo que a OAB defende de forma intransigente as tentativas de incriminar a advocacia, já que isso é uma forma de coação ao direito de defesa, e que as garantias constitucionais de ampla defesa e do contraditório sejam respeitadas. Porém, isso não está acontecendo comigo.

Mais que um esclarecimento, esta nota traz em si um pedido de defesa. Para que eu possa descontruir falácias. E repito que elas não são necessárias, pois não me ocorre hoje a intenção de disputar a Presidência da OAB. Sou apenas uma advogada em busca de justiça, ciente de que sem deturpações, as já feitas ou as futuras, a verdade permitirá a total compreensão dos fatos.

Monalissa Dantas