Primeiro sinal de demência aparece durante o sono décadas antes do diagnóstico, diz estudo

21 de Fevereiro 2023 - 14h31
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Uma pesquisa realizada pela Mayo Clinic (organização sem fins lucrativos) encontrou uma forte ligação entre o distúrbio comportamental do sono REM com a DCL (demência com corpos de Lewy), terceiro tipo mais comum da doença.

A demência com corpos de Lewy é caracterizada pelo depósito anormal de proteínas (chamadas corpos de Lewy) nas células nervosas. Os principais sintomas, segundo o manual MSD, são perda de memória, desorientação e problemas para se recordar, pensar, compreender, se comunicar e controlar o comportamento.

O REM (Rapid Eye Movement), por sua vez, é a fase do descanso noturno em que mais sonhamos e metabolizamos as memórias e emoções, por exemplo. Ao total, essa fase equivale a cerca de 20% do sono.

No entanto, o distúrbio compromete esse período e faz com que a pessoa tenha pesadelos vívidos, nos quais ela pode gritar, chorar, dar socos ou pontapés, por exemplo. Isso interfere diretamente no sono, já que causa episódios repetidos de despertar. 

Os cientistas conseguiram comprovar que os sintomas e os problemas de movimento da DCL podem se manifestar no sono anos antes de a condição ser, de fato, diagnosticada. Eles também descobriram que, de forma geral, os homens que têm o distúrbio comportamental do sono REM têm cinco vezes mais chances de desenvolver DCL, em comparação com outros fatores de risco, como alucinações.

"O preditor mais forte de se um homem está desenvolvendo DCL é se ele realiza seus sonhos durante o sono", escreveram.

Essa relação é mais fraca entre as mulheres, mas não deixa de ser um alerta.

"Pode aparecer três décadas ou mais antes de um diagnóstico de demência com corpos de Lewy ser feito em homens", pontuaram no documento.

Vale ressaltar, porém, que esses resultados indicam uma forte ligação entre as condições, mas não são determinantes, ou seja, nem todos com distúrbio comportamental do sono REM terão DCL.

Fonte: R7