Produtos lácteos terão novos rótulos com aviso claro: “Não é leite” ou “Não é iogurte”

25 de Maio 2025 - 14h57
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Empresas que produzem bebidas e alimentos à base de leite vão precisar atualizar os rótulos já no próximo semestre. O objetivo é garantir que o consumidor saiba, de forma clara, o que está comprando e se é bom para a saúde.

Doce de leite de verdade precisa ter, basicamente, leite e açúcar. Mas quem nunca se sentiu enganado ao perceber, só em casa, que o produto comprado não era exatamente o que imaginava?

“É complicado. Parece que é, e não é. Depois que chega em casa, não era o que eu imaginava, mas já tá em casa e acaba usando”, conta a pedagoga Marta Graciano.

Na prateleira, é fácil se confundir. Tem creme de leite que, na verdade, é mistura. Latas que parecem leite em pó, mas, ao se aproximar, o rótulo revela: é composto.

Na geladeira dos iogurtes, a situação se repete. O engenheiro civil João Gustavo Machado não abre mão do produto na rotina. “Caloria e proteínas é o que eu olho, só isso. E eu pago um pouquinho mais por causa da questão nutricional”, afirma.

De olho no rótulo
Nem sempre é simples entender o que está no rótulo. Um dos iogurtes analisados, por exemplo, tem na composição soro de leite, leite reconstituído, xarope de açúcar e uma lista de conservantes. Custa R$ 9,99. Já a garrafinha menor, feita apenas com leite e fermento, sai por mais que o dobro do preço.

A mistura de ingredientes até reduz o valor, mas quem paga a conta é a saúde. “Muitas vezes você compra um leite fermentado achando que é um iogurte, e ele tem outros compostos que fazem com que tenha menos proteínas. Isso pode trazer impactos negativos para essa pessoa”, explica a médica nutróloga Marcela Garcês.

Diante desse cenário, as embalagens de bebidas e compostos lácteos passarão a ter frases em letras maiúsculas e em negrito, como “ESTE PRODUTO NÃO É LEITE” ou “NÃO É IOGURTE”. A proposta é ajudar o consumidor a fazer escolhas mais conscientes e rápidas.

“O ideal é que a gente consuma o alimento sabendo exatamente o que ele é”, reforça Marcela Garcês.

As novas exigências fazem parte de uma medida do Ministério da Agricultura e Pecuária, que também definiu os prazos para a adaptação das empresas:

Compostos lácteos: até 27 de agosto

Bebidas lácteas: até 4 de setembro

Vale lembrar que os produtos fabricados antes dessas datas poderão ser comercializados até o fim do prazo de validade.

SBT News