
O Sindicato dos Policiais Civis do Rio Grande do Norte (Sinpol-RN) emitiu nota nesta sexta-feira em que chama o Governo Federal de traidor devido ao relatório aprovado em Comissão Especial da Previdência na Câmara dos Deputados nessa semana não ter levado em consideração as peculiaridades da atividade policial.
Leia a nota na íntegra:
O SINPOL-RN vem a público repudiar a atitude do Governo Federal e dos deputados federais, principalmente do PSL, que trabalharam para prejudicar os Policiais Civis e operadores da Segurança no projeto de reforma da Previdência.
Desde o início desta semana, uma comitiva de 11 pessoas do RN (diretores e filiados ao Sindicato) esteve em Brasília para protestar e cobrar mudanças no relatório que seria votado na Comissão Especial da Previdência na Câmara dos Deputados. O grupo chegou a ocupar o Salão Verde do Congresso, no dia 1ª. Já no dia 2 de julho, uniu-se aos milhares de operadores de Segurança de vários estados, em um grande ato realizado na capital federal.
Nestes últimos dias, o SINPOL-RN acompanhou a Cobrapol e a União dos Policiais do Brasil nos diálogos com os parlamentares para conseguir inclusão de destaques que garantissem a manutenção da aposentadoria especial dos operadores da Segurança.
Foi feito um trabalho corpo a corpo com praticamente todos os deputados federais da Comissão Especial, para convencer que as peculiaridades da atividade policial precisavam ser levadas em conta na aposentadoria. As categorias da Segurança lutam por uma justiça social, pois entendem que os riscos enfrentados para defender a população são muito maiores do que possíveis benefícios assegurados pela Previdência. O SINPOL-RN, assim como as demais entidades, ressalta que a luta não é por privilégios, e sim por valorização daqueles que arriscam suas vidas.
Infelizmente, o presidente Jair Bolsonaro, que foi eleito como símbolo da classe policial, virou as costas para essa categoria. O Governo Federal, que deveria ter pensado nos policiais civis, federais e rodoviários ainda quando mandou o projeto para o Congresso, preferiu fechar os olhos para essa demanda.
Agora, para piorar a situação, o partido do presidente, o PSL, agiu sorrateiramente para desconstruir todo o trabalho que foi feito pelas lideranças sindicais junto aos deputados. Enquanto os representantes dos policiais convenciam parlamentares a votarem a favor da categoria, deputados federais como Joice Hasselmann e Alexandre Frota trabalharam abertamente para evitar que os destaques 40 e 47, apresentados em defesa dos policiais, fossem aprovados na Comissão Especial.
Por esse motivo, julgamos o gesto como uma traição do PSL e do próprio Governo Federal para com os Policiais Civis e servidores da Segurança. A derrubada dos destaques em prol dos policiais foi um duro golpe nessa classe trabalhadora.
Agora que o projeto vai ao Plenário da Câmara, a luta continuará para tentar incluir alterações. Será um trabalho ainda mais difícil, mas o SINPOL-RN e as demais entidades tentarão sensibilizar os parlamentares na defesa dos policiais. Esperamos que os demais deputados tenham uma postura diferente do Governo Federal e dos deputados traidores do PSL e pensem nos operadores de Segurança Pública não como uma classe de privilegiados, mas como mulheres e homens que morrem diariamente na guerra pela manutenção da ordem social.