Relatórios para Flávio Bolsonaro não tinham logo da Abin, diz revista

17 de Dezembro 2020 - 03h18
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Os dois supostos relatórios enviados pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para auxiliar Flávio Bolsonaro (Republicanos) nos depoimentos de defesa no "caso Queiroz" não tinham logo e nem padrões de textos da Agência, afirmou a revista Época.

Segundo a revista, os relatórios foram enviados via WhatsApp e fugiam dos "padrões" de textos da Abin, o que reforçaria a ideia de que os envios teriam sido feitos em uma estrutura paralela e não de forma oficial.

Ontem, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) negou em manifestação ao STF que a Abin tenha produzido relatórios com o objetivo de ajudar o filho do presidente Jair Bolsonaro. A explicação foi apresentada após a ministra do Supremo Carmén Lúcia dar 24 horas para que o general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI, e Alexandre Ramagem, diretor-geral da Abin, se manifestassem sobre a acusação. Procurada pela Época, a defesa de Flávio Bolsonaro havia confirmado a autenticidade dos documentos.

Na defesa, o Gabinete negou a acusação e criticou o jornalista Guilherme Amado, colunista da revista e responsável pela matéria.

"Fica claro, portanto, que o suposto ato ilegal (...) baseia-se integralmente na narrativa fantasiosa de um jornalista que, frequentemente, exorbita do seu direito de expressão, imputando, sem provas, condutas abusivas a autoridades públicas, sem nenhuma responsabilidade com a verdade dos fatos", acusou o GSI.

Por meio de nota, a Abin negou que tenha produzido relatórios para ajudar o senador. "Supostos trechos divulgados apresentam-se mal redigidos, com linguajar técnico que não guarda relação com as atividades de inteligência", diz.

Com informações do UOL