
Personagem da mais nova crise no Palácio do Planalto, o chefe da Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República (Secom), Fábio Wajngarten, divide opiniões no governo e na própria família Bolsonaro. Apesar de receber elogios do presidente, a atuação do secretário passou a ser criticada no fim do ano passado pelo vereador Carlos Bolsonaro, seu aliado quando chegou ao cargo há dez meses.
Wajngarten é próximo do advogado Frederick Wassef, atualmente à frente da defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso envolvendo seu ex-asssessor Fabrício Queiroz e o suposto esquema de "rachadinha" no gabinete na Assembleia Legislativa do Rio. Ainda na pré-campanha presidencial, Wassef, que se anuncia como um consultor jurídico da família Bolsonaro, apresentou Wajngarten, dono da empresa Controle da Concorrência, nome fantasia da FW Comunicação e Marketing, como um homem capaz de abrir portas em emissoras de televisão.
Na quarta-feira, o jornal "Folha de S. Paulo" revelou que a empresa da qual Wajngarten tem 95% da sociedade mantém contratos com emissoras de televisão e agências de publicidade que atendem o governo. O caso será analisado pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República em sua primeira reunião do ano, no próximo dia 28.
No primeiro momento, o Planalto tratou o assunto como "mentira absurda, ilação leviana", mas, ao longo de todo a quarta-feira, a pressão aumentou e integrantes do governo dizem que a postura agora é de cautela. Após a reunião no fim do dia, convocada às pressas pelo presidente Bolsonaro para que o secretário apresentasse documentos relativos à sua empresa, a ordem é esperar apuração dos fatos. Na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro afirmou que Wajngarten permanece no cargo.