
Perder um ente querido em São Miguel, distante cerca de 480 km da capital, além de triste, é também dispendioso. O motivo? Ter que pagar ao coveiro "por fora" para fazer o sepultamento.
A despesa é variável a depender do horário do enterro. De dia, o custo fica na casa dos R$ 150,00. Se o enterro for à noite, há um "adicional noturno", sendo computado o acréscimo de R$ 100,00, totalizando R$ 250,00.
Para garantir o sustento da família, Anderson Carvalho, o Dedé Coveiro, tem recorrido ao expediente da cobrança de forma particular. Ele argumenta que a prefeitura do município já o deve três meses de salário.
Além da falta de pagamento, Dedé Coveiro reclama da ausência de equipamentos de proteção individual (EPIs). “Estou trabalhando com EPI´s recebidos no ano passado. Esse ano não recebi nenhum. O que recebi de material esse ano foram três sacos de cal, uma chibanca e uma alavanca”, enumera.
E complementa: “Estou sendo obrigado a cobrar, nunca cobrei porque eu recebia da prefeitura, além de agora eu estar me arriscando e arriscando minha família por causa dessa doença”.