Subiu para 13 o número de suspeitas de intoxicação por peixe contaminado em Natal; SMS investiga ciguatera

12 de Maio 2025 - 14h49
Créditos: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

Aumentou para 13 o número de pessoas com suspeita de intoxicação após o consumo de peixe em um restaurante de Natal, entre os dias 5 e 6 de maio. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou que a principal hipótese investigada é a de ciguatera, um tipo de intoxicação alimentar associada a peixes contaminados por toxinas marinhas.

Das 13 pessoas com sintomas, três precisaram de atendimento hospitalar e duas foram internadas, mas já receberam alta. O surto ocorreu durante um evento com participação de médicos. Ao todo, 35 pessoas foram contatadas e 13 apresentaram sinais de intoxicação.

De acordo com José Antônio de Moura, diretor do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) de Natal, os sintomas neurológicos apresentados reforçam a suspeita de ciguatera. “O que nos deu praticamente certeza foi o tipo de pescado e os sintomas: dormência nos membros superiores, inferiores, na boca, além da inversão de calor — quando o paciente sente objetos frios como se fossem quentes”, explicou. Outros sintomas relatados foram diarreia, vômito, dor de cabeça e dor abdominal. O período médio entre o consumo e o início dos sintomas foi de cerca de quatro horas.

O peixe suspeito é da espécie arabaiana. O alimento foi recolhido no restaurante no dia 7 de maio e enviado ao Laboratório Central do Rio Grande do Norte (Lacen), que encaminhou as amostras para análise em um laboratório especializado no sul do país. A SMS estima que o resultado deve levar mais de 30 dias para ficar pronto.

O caso ocorre menos de um mês após a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte divulgar uma nota técnica alertando sobre riscos de intoxicação alimentar por pescados, com destaque para a ciguatera. O documento, publicado em 16 de abril, destaca que a doença é comum em regiões como o Mar do Caribe e os oceanos Pacífico e Índico, mas pouco conhecida no Brasil — apesar de já ter sido registrada em áreas próximas, como a Ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco.