Tensão na Ásia: quais são os países que podem ser atacados por ditador da Coreia do Norte

30 de Dezembro 2023 - 04h26
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O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ordenou aos militares, na última quarta-feira (28), que acelerassem os preparativos para a guerra. Neste ano, o país realizou dezenas testes de mísseis balísticos, incluindo o de um modelo que pode cruzar 15 mil km para atingir um alvo com precisão. 

Kim dá diversos indicativos de que pode deixar os treinamentos de lado e usar seu poderoso arsenal contra os países que considera inimigos.

Os Estados Unidos são vistos como uma ameaça pelo governo norte-coreano, e a influência de Washington na região é um fator que faz o ditador deixar seus homens a postos.

As ameaças aos Estados Unidos são uma constante na dinastia que governa o país mais fechado do mundo há 75 anos. No entanto, sob o comando de Kim Jong-un, o regime aumentou os investimentos em armas, inclusive nucleares, o que fez crescer as tensões na região. 

Em março deste ano, Washington e Seul realizaram o que foi considerado a maior mobilização dos Exércitos dos dois países desde 2018.

O treinamento incluiu, por exemplo, a simulação de ataques de precisão contra as principais instalações norte-coreanas.

Apesar da provável capacidade de atingir um alvo na parte continental do território americano, o regime norte-coreano não precisaria ir tão longe para iniciar uma guerra contra os EUA. 

A ilha de Guam, pertencente aos EUA, fica no oceano Pacífico, a cerca de 3.400 km da Coreia do Norte, e abriga uma base militar. Já o estado do Havaí está a 7.500 km de distância. 

Coreia do Sul

O armistício entre a Coreia do Sul e a do Norte completou 70 anos em 2023. Os ataques foram suspensos, mas o clima de tensão nunca acabou.

Desde 1954, a relação entre Pyongyang e Seul sempre foi oscilante, com tentativas eventuais de aproximação, seguidas de afastamento das duas partes.

Atualmente, as trocas de ameças e as demonstrações de forças são constates. Pela proximidade e pelo histórico, a Coreia do Sul seria o país com a maior chance de ser alvo das armas de Kim.

O Exército da Coreia do Sul informou que detectou o lançamento de um míssil balístico de longo alcance na região de Pyongyang em 18 de dezembro. O projétil voou quase 1.000 km antes de cair no mar do Japão.

Japão
Também pela proximidade e por suas boas relações com os americanos, o Japão é outro país que se sente ameaçado pelas armas norte-coreanas — menos de 1.000 km de distância separam as duas costas. 

Entre as dezenas de mísseis disparados pelo governo de Kim Jong-un, alguns foram considerados uma ameaça pelo governo japonês.

Em abril deste ano, a população do sul país chegou a receber um alerta para buscar abrigo, após um disparo da Coreia do Norte que caiu no mar do Japão.

No teste de 18 de dezembro, o míssil caiu no mar, na ZEE (Zona Econômica Exclusiva) do Japão, segundo as autoridades. 

Aliados

Além da Coreia do Sul, a Coreia do Norte faz fronteira terrestre com a China e com a Rússia, duas grandes aliadas. 

Agências de inteligência de Seul e Washington dizem que Kim Jong-un obteve o apoio de Vladimir Putin para o lançamento de um satélite espião, em novembro deste ano. Dois meses antes, o ditador havia visitado a Rússia. 

Com informações de R7