Varíola dos macacos: 8 medidas que diminuem risco de infecção e transmissão

03 de Agosto 2022 - 03h31
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Os casos do vírus monkeypox, causador da varíola dos macacos, vêm subindo no Brasil. De acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde, o país está atualmente com 1.369 diagnósticos da doença. O primeiro deles foi registrado no começo de junho.

Não há previsão de vacinação em massa contra a doença em nenhum país no mundo. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), é improvável que a medida seja necessária para combater o surto.

O órgão internacional recomenda a imunização de grupos prioritários, incluindo profissionais de saúde em risco e pessoas que tiveram contato com casos confirmados do vírus. 

No Brasil, a imunização será indicada para casos graves, de acordo com o Ministério da Saúde. A expectativa é de que cerca de 20 mil doses desembarquem no país em setembro e outras 30 mil em outubro.

No âmbito individual, também é possível se proteger e reduzir os danos de contrair o monkeypox. Existem pelo menos oito medidas que diminuem o risco de infecção ou ao menos evitam a transmissão do vírus para outras pessoas. Elas incluem buscar atendimento médico na presença de sintomas, evitar o contato com pessoas infectadas e não estigmatizar a doença, entre outras. Veja abaixo:

1. Ficar atento aos sintomas e buscar atendimento médico 

O primeiro passo é ficar atento aos sinais típicos da varíola dos macacos. Segundo a OMS, a infecção é geralmente dividida em duas etapas:

- Período de invasão (dura entre 0 a 5 dias): caracterizado por febre, dor de cabeça intensa, inchaço dos gânglios linfáticos, dor nas costas, dores musculares e falta de energia. O aumento das "ínguas" é uma característica que difere o monkeypox de outras doenças que podem inicialmente parecer semelhantes ao vírus, como o sarampo.

- Erupção cutânea: geralmente começa dentro de 1 a 3 dias após o aparecimento da febre. As feridas tendem a ser mais concentradas na face e extremidades do que no tronco. Afetam principalmente o rosto, as palmas das mãos e plantas dos pés, as mucosas orais, o ânus e as regiões genitais.

As feridas começam como manchas planas e avermelhadas e geralmente evoluem para bolhas mais volumosas, que depois se enchem de um líquido amarelado, formam uma "casquinha" e caem. Muito infecciosas, elas são o principal meio de transmissão da doença no surto atual.

2. Evitar o contato próximo com pessoas infectadas ou com suspeita de infecção: nada de toque, beijo ou sexo 

O contato próximo (pele a pele) com pessoas infectadas é o fator de risco mais significativo para a infecção pelo monkeypox. Portanto, não toque nas lesões ou crostas de uma pessoa com a doença, nem beije, abrace ou faça sexo com ela até que as erupções tenham cicatrizado completamente e uma nova camada de pele se formar.

Vale lembrar que, embora seja primordial para impedir a transmissão de várias IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), o preservativo é considerado insuficiente para evitar o contágio pela varíola dos macacos durante o sexo. Isso porque as lesões causadas pela doença geralmente não estão restritas aos órgãos genitais, mas também costumam aparecer em outras regiões do corpo que se tocam na atividade sexual, como a face, os braços e as pernas.

3. Evitar compartilhamento de objetos, incluindo roupas de cama e toalhas 

Tocar em objetos e tecidos (roupas, lençóis ou toalhas) que foram usados por uma pessoa com monkeypox e que não foram desinfetados é uma potencial via de contágio do vírus. Isso porque o pus e as crostas das lesões podem estar presentes nessas superfícies.

A descontaminação de roupas ou lençóis pode ser feita por lavagem com água quente e sabão.

4. Limitar o número de parceiros sexuais 

"Ter parceiros sexuais múltiplos ou anônimos pode aumentar o risco de exposição à varíola dos macacos. Limitar o número de parceiros sexuais pode reduzir a possibilidade de exposição", alerta o CDC.

Se você ou seu parceiro tem (ou acham que podem ter) monkeypox e mesmo assim decidem ter alguma prática sexual, o órgão de saúde pública orienta evitar o contato com as feridas na pele e manter uma distância física de pelo menos 6 pés (cerca de 2 m) entre os parceiros. Também sugere o sexo virtual, sem contato pessoal, além da higienização de brinquedos sexuais.

5. Não estigmatizar a doença: qualquer pessoa pode contrair o vírus 

Autoridades sanitárias consideram importante que homens que fazem sexo com homens fiquem especialmente atentos ao risco de transmissão do monkeypox, uma vez que, atualmente, o grupo responde por grande parte dos casos registrados da doença.

No entanto, especialistas alertam que a tendência é que o vírus se espalhe cada vez mais para outros grupos populacionais e que é preciso tomar cuidado para não criar estigmas ou preconceitos em torno da doença, pois isso prejudica o combate ao surto. Qualquer pessoa, independentemente de gênero e orientação sexual, corre o risco de contrair a varíola dos macacos.

6. Usar máscaras 

Apesar de o risco de infecção do monkeypox por vias respiratórias ser considerado baixo se comparado a outras patologias, como é o caso da covid-19, especialistas consideram que os cuidados com grupos de maior risco para o desenvolvimento da doença, como imunossuprimidos, grávidas e crianças, devem ser intensificados.

7. Cobrir braços e pernas em aglomerações 

Antes de ir a um evento, é recomendável analisar o quanto a ocasião irá envolver o contato pele a pele com as pessoas. Festivais, eventos e shows onde os participantes estão totalmente vestidos e com pouca probabilidade de ter contato pele a pele são mais seguros, orienta o CDC.

No entanto, os participantes devem estar atentos às atividades (como beijos e compartilhamento de bebidas e cigarros) que podem espalhar o monkeypox.

8. Higienizar as mãos 

Intensificado por causa da pandemia de covid-19, o hábito de lavar as mãos com frequência ou usar álcool em gel continua sendo recomendável pelos especialistas durante o surto de monkeypox, especialmente antes de comer e tocar o rosto, e depois de usar o banheiro. 

Vale ressaltar que higienizar as mãos é uma medida que também protege o indivíduo e a coletividade contra a covid-19 e outras doenças infecciosas.

Com informações de UOL