Vaza Jato: OAS assumiu obra deficitária na Bolívia por exigência de Lula

16 de Setembro 2019 - 03h50
Créditos:

O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, citou o ex-presidente Lula da Silva (PT) como intermediador de negócios da empresa com governos na Costa Rica e no Chile. O delator ainda afirmou que a construtora assumiu uma obra deficitária na Bolívia apenas para agradar ao petista. A notícia é destaque na Folha de São Paulo.

O objetivo de Lula era evitar um estremecimento nas relações do Brasil com o governo de Evo Morales. A obra é a construção de uma estrada entre as cidades de Potosí e Tarija. Segundo Léo Pinheiro, o petista articulou o financiamento do BNDES no país vizinho e prometeu à OAS a obtenção de um outro contrato na Bolívia como forma de compensação por tocar um projeto problemático.

O relato da delação do empreiteiro foi obtido pela Folha e pelo site The Intercept Brasil por meio de vazamentos de diálogos entre procuradores da Lava Jato.

A construção da estrada de 340 km na Bolívia despertou polêmica. O custo total foi estimado pelo governo boliviano na década passada em R$ 925 milhões. Léo Pinheiro está preso desde 2016 e foi o principal acusador de Lula no caso do tríplex de Guarujá, pelo qual o ex-presidente foi condenado e cumpre pena em Curitiba.