Vereadora afirma que foi desrespeitada após ser eleita para 'embelezar' mesa da Câmara

29 de Dezembro 2021 - 04h19
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A vereadora de Canguçu, no Rio Grande do Sul, Iasmin Roloff (PT) diz que foi eleita contra a sua própria vontade para ocupar o posto de segunda vice-presidente da mesa diretora da Câmara Municipal. Pelo menos três vereadores usaram como justificativa "embelezar a mesa", o que causou  indignação da única mulher parlamentar e de outros colegas da cidade.

"Naquele momento me senti desrespeitada enquanto mulher, pois não foi um desrespeito apenas comigo, foi com o público feminino. No momento que se vota numa mulher apenas pela sua aparência, torna invisível toda sua trajetória e capacidade de construção e inteligência", afirm ou Iasmim.

A eleição para a mesa diretora da Casa aconteceu no dia 22 de dezembro, última sessão do ano no legislativo. O município tem 15 vereadores, sendo oito da base governista, seis da oposição e a vereadora Roloff, que se declara independente. Ela colocou o seu nome na disputa e foi escolhida como candidata pela oposição.

Durante a transmissão da sessão, o vereador da oposição Arion Braga (PP), afirmou. "[Voto na] vereadora Iasmin para embelezar essa mesa aí. Ter um 'tchan' feminino, senhor presidente. Tem todo nosso apoio". Na primeira votação, para presidente da mesa diretora, a petista perdeu a disputa para Marcelo Maron (PTB), por 8 votos a 7.

Em seguida, a discussão recomeça com a votação para a segunda vice-presidência da Casa. Durante os votos nominais, Oraci Teixeira (PSB) afirmou: "Como diz o vereador Arion Braga, para embelezar a mesa, [voto na] vereadora Iasmin Roloff Rutz".

Após o resultado que culminou na vitória da vereadora, que não tinha colocado o seu nome na disputa pelo posto de segunda vice-presidente, a mesma pediu o uso da palavra. E afirmou: "Vereadores, por favor, quando forem votar em mim, que votem pela minha capacidade intelectual, e não pela minha beleza. Obrigada".

Questionada se aceitará o cargo de segunda vice-presidente ou se entrará com alguma ação contra os colegas da Câmara, Iasmin respondeu que analisará "qual a melhor forma de proceder".

Com informações de UOL