VÍDEO: Ao retomar refinaria, Lula justifica calote da Venezuela e ataca Lava Jato

19 de Janeiro 2024 - 05h16
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Ao relançar a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, o presidente Lula (PT) falou sobre o calote da Venezuela durante o seu primeiro mandato e criticou a Operação Lava Jato pelos impactos na Petrobras ao longo dos anos.

Investimento seria conjunto, mas a Venezuela nunca participou das obras. As obras da refinaria foram iniciadas em 2005 junto ao ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, morto em 2013. Para o TCU (Tribunal de Contas da União), a indefinição gerou prejuízos a Petrobras, que nega, e a refinaria recebeu o título de "mais cara do mundo", com custo de quase R$ 100 bilhões.

Lula admitiu que o venezuelano, seu aliado político, "nunca colocou um centavo", mas não se mostrou arrependido, apesar do atraso na construção. O objetivo, segundo ele, era fazer uma parceria com o país vizinho para que se refinasse o petróleo brasileiro e venezuelano, mas as estatais não concordavam nos termos de colaboração.

"A Petrobras e PDVESA [estatal de petróleo da Venezuela] eram duas noivas bonitas, muito grandes, e nunca concordaram com nossa ideia [dele e do Chávez]. [...] Não cumprimos porque cada um tem de defender os interesses das suas empresas, do seu país. O dado concreto é que nunca o Chávez colocou um centavo aqui", disse 
Lula, justificando o calote venezuelano.

Em meio à confusão com a Venezuela, a refinaria só foi parcialmente inaugurada em 2014, na gestão Dilma Rousseff (PT), e um valor muito superior ao esperado. Inicialmente, a obra estava orçada em US$ 2,3 bilhões (R$ 13,5 bilhões). Somente o trem 1 teve investimento de US$ 18,27 bilhões (R$ 92,6 bilhões).

Todo o ato também teve forte tom de crítica à Operação Lava Jato, tanto por parte de Lula quanto do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. O presidente voltou a afirmar que o foco da operação não foram os corruptos, mas a empresa.

Lula afirmou ainda que a operação causou um clima de perseguição aos funcionários da Petrobras, reconhecidos pelo macacão abóbora. "Quantas vezes companheiros entravam em restaurante para comer e, por estarem com essa camisa [da Petrobras], foram chamados de ladrões? Por que isso acontece? Para ganhar disputa você destrói primeiramente a pessoa. Você inventa uma mentira, destrói", questionou.

Com informações de UOL