Câncer de intestino: saiba sintomas, fatores de risco e como prevenir

25 de Março 2025 - 10h48
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O câncer colorretal, também chamado de câncer de intestino, é um dos tipos mais comuns e de maior impacto na saúde pública. A doença afeta o cólon e o reto e, se não diagnosticada precocemente, pode levar a complicações graves.

“O câncer de intestino é a segunda neoplasia mais incidente entre homens e mulheres, e fatores como consumo excessivo de carne vermelha, alcoolismo e tabagismo, hábitos comuns entre os brasileiros, aumentam o risco da doença”, destacou a oncologista Marcela Crosara, do Hospital DF Star.

Se não tratado, o tumor pode bloquear o funcionamento do intestino e levar à morte em poucos meses. “A colonoscopia é um exame essencial para identificar lesões pré-cancerígenas e diagnosticar a doença em estágios iniciais, o que melhora significativamente as chances de cura”, acrescentou a médica.

O aumento dos casos, especialmente em pessoas com menos de 50 anos, tem acendido o alerta entre especialistas, reforçando a necessidade de campanhas de conscientização como o Março Azul-Marinho.

Sintomas do câncer de intestino
O câncer colorretal não apresenta sintomas em seu estágio inicial, e quando os sinais começam a surgir, em geral são inespecíficos.
Quando o tumor causa sintomas, muitas vezes já está em uma fase mais avançada.

Os sintomas mais comuns incluem alteração do ritmo intestinal, presença de sangue nas fezes, cólicas ou desconforto abdominal, sensação de empachamento, perda de peso e anemia. O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura.

Casos entre jovens estão em alta
Um estudo publicado na revista BMJ Oncology em 2023 apontou que, entre 1990 e 2019, o número de diagnósticos de câncer em pessoas com menos de 50 anos cresceu 79%, enquanto as mortes aumentaram 28%. Nos Estados Unidos, hoje, adultos jovens apresentam um risco duas vezes maior de desenvolver câncer de cólon e quatro vezes mais chances de ter câncer retal em comparação com aqueles nascidos em 1950.

No Brasil, o cenário segue a mesma tendência. Segundo médico Samuel Aguiar, líder do Centro de Referência de Tumores Colorretais do A.C.Camargo Cancer Center, a doença é mais prevalente em áreas urbanas e entre adultos em idade produtiva, entre 40 e 69 anos.

O que aumenta o risco e como se prevenir?
Embora fatores genéticos possam influenciar, estima-se que cerca de 90% dos casos de câncer colorretal estejam relacionados ao estilo de vida. Alimentação pobre em fibras, consumo frequente de ultraprocessados, sedentarismo, tabagismo e ingestão de bebidas alcoólicas são alguns dos principais fatores de risco.

“Uma dieta equilibrada, rica em vegetais, frutas, cereais integrais e pobre em carne vermelha e embutidos, aliada à prática regular de atividade física, pode reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença”, destaca Aguiar.

Entre as principais medidas preventivas estão:

Manter uma alimentação balanceada e rica em fibras;
Praticar exercícios físicos regularmente;
Evitar o consumo excessivo de carne vermelha e ultraprocessados;
Reduzir o consumo de álcool e parar de fumar;
Realizar exames preventivos, como a colonoscopia.

Diagnóstico precoce aumenta chances de cura
Além da adoção de hábitos saudáveis, o rastreamento precoce é essencial para combater a doença. Dados do Observatório do Câncer do A.C.Camargo Cancer Center indicam que as taxas de sobrevida podem chegar a 95% quando o tumor é identificado nos estágios iniciais. No estágio 2, as chances ainda são favoráveis, com cerca de 80% de sobrevida.

Apesar disso, entre 55% e 60% dos casos no Brasil ainda são diagnosticados tardiamente, o que exige tratamentos mais agressivos, como cirurgias extensas e quimioterapia, além de impactar a qualidade de vida do paciente e de seus familiares.

Exames simples, como a pesquisa de sangue oculto nas fezes, são uma alternativa acessível para detecção precoce e podem indicar a necessidade de investigações mais detalhadas. Quando diagnosticado no início, o câncer de intestino permite tratamentos menos invasivos.

Com informações de Metrópoles