O cinema brasileiro é ruim

20 de Outubro 2019 - 17h47
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Há pouco mais de um mês fiz um post numa rede social compartilhando uma crítica ácida ao filme Bacurau.

Fui imediatamente contestado por um amigo virtual, furibundo, apesar de ter se mostrado cordato, por eu difundir crítica ao filme brazuca, pois o meu amigo virtual queria ler o que eu achei do filme e não o que outro dizia sobre ele.

Uma semana depois fiz uma crítica contida, aqui neste espaço, ao mesmo filme.

Sou crítico dos filmes nacionais porque os assisto e os acho ruins, e são ruins não por falta de apoio.

Os nossos cineastas e os nossos intelectuais dizem que o público brasileiro boicota os filmes produzidos aqui, e não é verdade.

Basta ver como, entre o final dos anos 1990 e início dos anos 2000, o público brasileiro, na esteira da ressurreição do cinema brasileira na era pós-Collor, afluiu às casas de projeção para assistir ao fraco Carlota Joaquina e ao razoável Central do Brasil e, agora, ao agora mediano Bacurau.

Antes, nas décadas de 1970-80, o público corria às casas de projeção para assistir A dama do lotação e Dedé Mamata, filmes lotados de financiamento de mamateiros.

Cineastas, produtores, atores e atrizes reclamam que falta no Brasil uma política cinematográfica robusta.

Errado novamente.

Dos anos 1950, o que não tem faltado é investimento público para o desenvolvimento do cinema brasileiro.

Há quem aponte falta de recursos técnicos e a concorrência nociva do cinema norte-americano, outra rematada asneira.

O maior inimigo do cinema brasileiro é querer ser brasileiro demais, é querer capturar, como direi?, o Brasil como ele é (seja lá o que isso signifique) e mostrá-lo pra nós mesmos e para o mundo.

Se os nossos cineastas se preocupassem em fazer cinema, provavelmente fariam bons filmes e talvez faltasse tempo para reclamações infundadas.

Voltarei ao tema em outro artigo.