
A história do uniforme da seleção brasileira é um capítulo à parte na fabulosa narrativa do escrete nacional. Do que era o modelo original, com camisas brancas, até a atual mística da “amarelinha” cultuada por todo o mundo que gosta de futebol, a construção desse padrão não se prendeu tão somente a estética, mas uma boa dose de misticismo e maldição. Porém, é comum a análise do conjunto camisa e calção, onde várias foram as combinações existentes ao longo de 21 Copas do Mundo (1930 a 2018): camisa branca e calção azul, camisa e calção azul, camisa e calção branco, camisa azul e calção branco, camisa amarela e calção branco e camisa amarela e calção azul.
Todavia, um componente é esquecido quando se fala no uniforme da seleção brasileira: os meiões. E nem sempre de branco ou azul estiveram calçados os nossos craques em Copas do Mundo. É bem verdade que o branco predomina há muito tempo, para sermos mais precisos, desde 1950. A partir daí poucas variações com o azul, a opção “B” do uniforme, embora já tenha sido a cor principal, em 1938. A curiosidade é a introdução de outras cores que não compõem a bandeira nacional e que foram usadas em meiões da esquadra nacional. Nas Copas de 1930 e 1934, o uniforme era a camisa branca, calção azul e meiões pretos. Essa foi a indumentária nas duas partidas de 1930 e na solitária derrota de 1934. Depois de 1934, o branco e o azul imperaram nos pés mágicos das diversas composições da equipe nas Copas do Mundo seguintes, à exceção de dois jogos em 1970. No México, a seleção entrou em campo contra a Inglaterra (num dos jogos mais espetaculares de todas as Copas) e contra o Peru (treinado por Didi) com camisa amarela, calção azul e meiões cinzas. Isto mesmo: meiões cinzas.
Talvez a superstição de Zagallo possa explicar as razões de uma cor tão diferente das que ostentam a nossa bandeira – mas que é a cor dos meiões do Botafogo – tenha sido escolhida para calçar a seleção nestes jogos.