Produção potiguar pode ser afetada após taxação dos EUA; país é o 4º maior comprador do RN

03 de Abril 2025 - 17h21
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A tarifa de 10% anunciada para o mercado brasileiro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode impactar a economia do Rio Grande do Norte. Isso porque os EUA foram o 4º principal destino internacional da produção potiguar em 2024, de acordo com boletim da balança comercial do RN produzido pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

Ao longo do ano passado, o RN exportou US$ 1,1 bilhão em produtos, dos quais US$ 66,1 milhões foram para os Estados Unidos, o que equivalente a 6% do total. Os maiores destinos foram Singapura (18%), Holanda (17%) e Ilhas Virgens Americanas, no Caribe (17%).

De acordo com a economista Suerda Soares, o impacto inicial será para os americanos, que deverão pagar mais caro pelos produtos potiguares. Outros efeitos, porém, não são descartados. “Pode ser que tenha uma redução da exportação desses produtos, dado que chegarão lá mais caros”, declarou, em entrevista à 98 FM.

De acordo com a economista, os principais produtos exportados do RN para os Estados Unidos são frutas, especialmente melão e melancia; além de produtos semiacabados, como o ferro e aço, utilizados nas produções de energias solar e eólica, aeronaves e produção de chips; e o petróleo.

A economista ressalta, porém, que Trump anunciou taxas mais altas para outros países, o que pode favorecer o Brasil, apesar da taxação extra para o nosso mercado. “O Brasil foi um dos países que teve a menor taxação. Então, nesse contexto, mesmo sendo taxado em 10%, a gente é o país que tem a menor taxação”, afirma Suerda Soares.

Entenda a taxação

Nesta quarta-feira (2), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma tarifa de 10% sobre todos os produtos importados do Brasil. Essa medida faz parte de um pacote mais amplo de tarifas aplicadas a diversos países, com o objetivo declarado de corrigir o que o governo norte-americano considera práticas comerciais desleais.

Além do Brasil, outros países serão afetados. A China foi o país mais afetado, com uma tarifa adicional de 34%, elevando o total para 54% sobre os produtos chineses. Outros países também foram impactados, como o Vietnã, com uma tarifa de 46%, e Taiwan, com 32%.

98 FM