Um potiguar quase chega a uma final olímpica no Rio 2016

17 de Agosto 2019 - 20h05
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No post anterior falei sobre a narração de estúdio em que Leo Batista deu o primeiro grito de gol, ao vivo, de uma na Copa do Mundo para a televisão brasileira, em 1970. A história agora se mantém sobre a narração de estúdio, mas com um potiguar como protagonista.

Todo atleta de alto rendimento sonha em participar de uma olimpíada. Todo profissional do esporte que esteja envolvido nos Jogos Olímpicos, seja disputando, seja trabalhando, gostaria de estar numa final.

Alguns nomes do esporte potiguar já estiveram disputando, em alguma oportunidade, ao menos em uma edição dos jogos olímpicos. Como atletas, os nomes de Magnólia Figueiredo, Vicente Lenilson, Virna Dias e Oscar Schmidt saltam aos olhos como expoentes do esporte potiguar presentes em jogos olímpicos. Na arbitragem, Franklin de Sá Bezerra esteve presente como árbitro de voleibol nos jogos de Moscou/1980, Los Angeles/1984 e Seul/1988 e como membro da Federação Internacional em Barcelona/1982. Esclareço que estamos falando de potiguares de nascimento. Se fôssemos incluir os potiguares por adoção, teríamos os nomes da atleta de vôlei de praia Juliana Silva (paulista de Santos) e do nadador Bruno Frattus (carioca de Macaé).   

De todos esses, Vicente Lenilson - potiguar de Currais Novos - esteve em finais olímpicas no atletismo no time de revezamento 4x100m, ganhando uma medalha de prata em Sidney/2000 e uma de bronze em Pequim/2008; e Bruno Frattus - criado em Mossoró e em Natal – fez as finais dos 50m livres em 2012 (Londres) e 2016 (Rio de Janeiro).

O jornalista e narrador Diego Dantas, que estreava no SporTV exatamente nos jogos olímpicos do Rio/2016, sentiu o gostinho (ou o cheirinho, para ser mais atual), de ser outro potiguar a participar de uma final olímpica.

Após ter narrado as competições de ciclismo, esgrima, levantamento de peso, polo aquático, nado sincronizado e pentatlo moderno, Diego cumpria sua escala no stand by no estúdio do canal do esporte no ultimo dia dos jogos olímpicos do Rio de Janeiro. Essa é uma prática comum nos grandes eventos esportivos, embora a possibilidade de pane no equipamento que gera a imagem ao vivo seja muito difícil, pois são de última geração, notadamente em se tratando de Rede Globo de Televisão.

No entanto, momentos antes do início da final do voleibol masculino entre Brasil x Itália, foi comunicado que deveria entrar no ar porque o sinal da equipe de narração titular no Maracanãzinho estava falhando, os técnicos não sabiam o que tinha acontecido e, a princípio, não tinham tempo certo para voltar ao vivo. Enquanto as vozes de Luiz Carlos Jr, Carlão, Nalbert e Marcus Vinícius Freire estavam mudas para o Brasil, ecoava dos estúdios do SporTV para todo solo nacional o sotaque potiguar do recém contratado narrador Diego Dantas, que fez todo o pré-jogo enquanto os técnicos tentavam descobrir o que ocorria. Tensão nos bastidores, mas nada que abalasse o narrador do estúdio, que fez bem o seu papel, escalou as equipes quando entraram em quadra, anunciou os hinos nacionais, passou para os brasileiros o clima do Maracanãzinho e, quando se preparava para narrar o saque inicial da partida dado pelo italiano, foi avisado no ponto eletrônico que o problema estava resolvido e que deveria retornar a transmissão, ao vivo, com Luiz Carlos Jr. Uma prova de fogo, mas que foi bem assimilada pelo conterrâneo.

O detalhe é que durante toda a pane não foi avisado ao narrador principal, nem aos comentaristas, o tamanho da pane, justamente para poupá-los de um natural stress. Diego conta essa história:

“Quando o sinal caiu, o Luiz Carlos Jr ficou nervoso, afinal era a narração de uma final olímpica. Para que ele ficasse sem se preocupar, a direção do SporTV não revelou a dimensão do problema, avisou que estava tudo tranqüilo, e ele seguiu narrando normal, só que ele estava fora do ar. Quando eu devolvi a narração para ele não houve agradecimento por eu ter ter ‘segurado a onda’, afinal ele não sabia que estava fora do ar e seguiu narrando até o fim do jogo sem outros problemas”.   

Os jogos olímpicos de Tóquio se avizinham e a expectativa do narrador é de mais uma participação olímpica, de preferência, ao vivo. Direto da Cidade do Sol para a Terra do Sol Nascente.