Cartão de crédito deixará de existir após início da moeda virtual do Brasil, diz presidente do Banco Central

12 de Agosto 2022 - 13h37
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (12) que o cartão de crédito deixará de existir “em breve”. Ele afirmou que deseja que a moeda digital do Brasil esteja funcionando em 2024.

Ele declarou que cada pessoa terá um app “integrador” no celular. “Ninguém vai ter 5 aplicativos de bancos, que tem que entrar em um para fazer uma compra e depois entrar em outro… a gente tem o Open Finance justamente para isso. […] O integrador vai montar toda a sua vida financeira virtual e física no mesmo lugar”, declarou.

O presidente do BC disse que o Pix já soluciona problemas de pagamento e tem, inclusive, a possibilidade de fazer compras na modalidade de crédito. Afirmou que a carteira de integrador vai oferecer a ferramenta de pagamento em crédito ou débito.

“Se decidir fazer crédito, vai ter lá as taxas dos bancos. Se não, vai escolher o débito e vai ser um Pix comum”, declarou. “Vai ter uma carteira de dinheiro físico e uma carteira de dinheiro digital. […] Esse sistema elimina a necessidade de ter cartão de crédito, acho que vai deixar de existir em algum momento em breve”, completou.

Campos Neto disse que o cronograma para implementação do CBDC (Central Bank Digital Currency) atrasou por causa da greve dos funcionários públicos do BC. Ele relacionou o Real digital –que é a moeda oficial do país em formato virtual, uma govcoin– com o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos. A ferramenta se popularizou e atualmente é uma das principais formas de pagamento e transferência do país, pela agilidade e os custos mais baixos.

Disse que as pessoas procuram uma “representação digital de algo que tenha valor”. “É um processo que começa com gamers há um tempo atrás e agora vai se avançando. Já contamina um pedaço da parte de meios de pagamento, no bom sentido”, afirmou.

Segundo ele, o mundo está migrando para uma economia “Tokenizada”, que é mais eficiente. “Alguns bancos já começaram a investir na tecnologia de tokenizar ativos, que é pegar uma coisa que tem valor, colocar um encryption (criptografia) e jogar num ledger”, disse. Afirmou que o ativo passa a ser verificável e transferível com divisibilidade.

Há empresas focadas em monetizar a realidade virtual que, inclusive são listadas em Bolsas de Valores. Campos Neto afirmou que “está apenas no começo”. “Quando a gente fala de meios de pagamento […], qual o problema que a gente está querendo solucionar? Basicamente as pessoas procuravam um meio que tinham as seguintes características: seguro, rápido, barato, aberto, transparente e integrado”, disse.

Ele participou do evento “O Futuro da Regulamentação dos Criptoativos no Brasil”, promovido pelo Escritório Figueiredo & Velloso Advogados Associados, em Brasília.

Com informações da 98 FM