Covid: Ministério pede respeito a médicos e pacientes que escolhem cloroquina

18 de julho 2020 - 04h33
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O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti, afirmou que existe “polarização” em torno do uso da hidroxicloroquina no tratamento do novo coronavírus. Na opinião dele, há “inconsistências” nas críticas direcionadas ao uso do medicamento. Ele também pediu respeito a escolha do tratamento feita pelo médico, bem como a escolha do paciente sobre qual tratamento fazer.

“Há uma série de inconsistências nessas críticas e a gente lamenta essa polarização. Vamos respeitar a competência dos nossos profissionais de saúde, o direito deles de prescrever, o direito do paciente buscar o tratamento que melhor entende ser correto”, disse ele durante coletiva, na tarde de hoje (17).

Angotti afirmou que as críticas direcionadas ao uso de medicamentos podem ser feitas por uma leitura incorreta dos resultados das pesquisas. “E as pessoas precisam aprender a ler ciência. Há evidências contrárias a essa e outras drogas. Mas são pacientes que podem estar na fase leve, na fase inicial. Esses artigos têm se posicionado contra o uso da droga, mas muitas vezes em pacientes em fase tardia”.

Durante a coletiva, jornalistas questionaram os representantes da pasta a respeito de uma nota assinada pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) que recomendou a suspensão do uso da hidroxicloroquina nos tratamentos de covid-19. A entidade se baseou em dois estudos que teriam atestado a ineficácia da droga.

O secretário do ministério disse ainda não ter recebido a nota e mostrou cautela ao falar de seu conteúdo. Ao mesmo tempo, afirmou que o Ministério da Saúde conta com uma equipe de análise dos estudos e pesquisas existentes em relação aos possíveis tratamentos do novo coronavírus e que, caso entenda necessário, a pasta poderá mudar a orientação a respeito do uso do medicamento.

“O ministério vai continuar acompanhando as evidências. Da nossa parte não há problema em mudar a orientação. Precisamos ir aos fatos, olhar as evidências em termos de ciência, entender que a doença tem várias fases, os pacientes têm vários momentos da doença e que cada pesquisa aborda uma fase diferente”. Conforme dados divulgados hoje pela pasta, já foram entregues 29 mil unidades de cloroquina para Goiás; 11 mil para o Tocantins; 15 mil para Mato Grosso; 26 mil para Mato Grosso do Sul; 78 mil para o Espírito Santo e 85 mil unidades do medicamento para Minas Gerais. Não foram apresentados dados sobre a distribuição da cloroquina em outros estados.

Agência Brasil