Decotelli alega que não defendeu tese por questão financeira e diz: sou ministro

30 de Junho 2020 - 03h27
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Nomeado para o Ministério da Educação, Carlos Alberto Decotelli esteve reunido com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na noite desta segunda-feira (29), após o Palácio do Planalto suspender a posse. Após o encontro, ele disse ter explicado as polêmicas sobre as inconsistências em seu currículo e disse que não chegou a defender tese de doutorado por “questões financeiras”. Além disso, Decotelli confirmou que continuará no cargo.

“Sou ministro, tenho trabalhos e vou ficar trabalhando para corrigir as demandas grandes, de Enem, de Sisu”, declarou Decotelli.

A polêmica sobre a nomeação de Decotelli surgiu após o reitor da Universidade Nacional de Rosário, Franco Bartolacci, afirmar que o ministro não concluiu o doutorado. Em coletiva nesta segunda-feira (29), Decotelli confirmou que não defendeu tese, mas que concluiu os créditos do doutorado em Administração pela Faculdade de Ciências Econômicas e Estatística, em 2009.

“Ele (Bolsonaro) queria saber detalhes sobre minha vida de 50 anos como professor. Ele pegou a estrutura dos meus trabalhos no Brasil, queria saber desse lastro de vida como professor. O que eu pretendo, o que tem essa experiência. E ele perguntou essa questão de doutorado, pós-doutorado, pesquisa, universidade... Como é essa estrutura de inconsistência. Ele queria saber isso e eu expliquei a diferença entre defender uma tese e cursar os créditos de doutorado”, afirmou Decotelli.

Decotelli afirmou que não chegou a defender a tese na Argentina por enfrentar dificuldades financeiras. “Ao finalizar o curso, a universidade entregou um certificado de conclusão de créditos. Foi feito uma formatura em Rosário, e entregou (o diploma) para quem tinha concluído o curso de pós graduação e doutorado. Agora, aqueles que além de terminar o curso, quiserem defender a tese, receberão o título de doutor para a validade nas leis argentinas. Ao obter essa característica, tinha de apresentar a tese, e minha tese teve como construção ‘as incertezas entre as evoluções das empresas desde o Século 11, e como reagem em momentos de crise para seguir vivas na estrutura de mercado’. A banca disse que a tese estava muito profunda, para fazer adequações para reapresentar. Foi a recomendação formal da banca. Ao terminar a recomendação, eu precisaria voltar ao Brasil. Todas as despesas, passagem aérea e manutenção foi pessoal, não havia bolsa. O custo operacional particular, com dificuldade financeira, não mais voltei. Houve dificuldade em bancar o aperfeiçoamento. Fiquei com o diploma de crédito concluído”, explicou o ministro.