Falta de medicamento para hanseníase derruba mais um na Saúde

28 de Março 2024 - 07h09
Créditos: Ricardo Stuckert/PR

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, autorizou a troca da coordenadora-geral de Vigilância das Doenças em Eliminação, Sandra Maria Barbosa Durães. Em mensagem à sua equipe, Durães informou que "será exonerada em breve" e desejou "boa sorte" aos que ficam.

A saída da coordenadora ocorre após a Folha de S.Paulo revelar que o ministério deixou faltar medicamentos para tratar a doença, deixando pacientes sem assistência.

Ao jornal, a pasta reconheceu que o estoque de um dos medicamentos (clofazimina) era insuficiente, o que expôs mais um problema de gestão na pasta de Nísia

Professora, Durães tem mestrado e doutorado em dermatologia, com especialidade em hanseníase. Ela é subordinada à diretora do Departamento do Doenças Transmissíveis, Alda Maria da Cruz. 

Na terça (26), a pasta demitiu Carmem Pankararu da diretoria do Departamento de Atenção Primária à Saúda Indígena. Ela contou que estava em viagem oficial a trabalho e soube da exoneração pelo Diário Oficial da União.

A saúde indígena é um dos focos de dor de cabeça para o governo Lula (PT), que busca se contrapor à gestão Jair Bolsonaro (PL). A área reúne os piores indicadores de mortalidade materna, infantil e de expectativa de vida. Um dos primeiros atos do petista foi decretar emergência em saúde pública no território yanomami, situação que segue sem solução.

Nísia já exonerou seis pessoas desde que assumiu a pasta em janeiro do ano passado. Sob fogo amigo do PT e criticada pelo centrão por represar recursos para a saúde, a ministra adotou a demissão como método para resolver os problemas.

O presidente Lula, que fez críticas públicas à ministra, tem negado a troca dela. A saúde tem causado prejuízos à imagem do petista, com o país enfrentando a maior epidemia de dengue da sua história, crise em hospitais e falta de medicamentos e vacinas. A oposição tem chamado Lula nas redes sociais de "presidengue".

Em reunião com a ministra na semana passada, a Frente Nacional dos Prefeitos informou que, desde julho do ano passado, enfrenta problemas no abastecimento das doses da vacina contra varicela e hepatite A. Em Campinas (SP), por exemplo, o estoque atual é de 120 doses para varicela (seriam necessárias 18 mil doses) e 24 doses de hepatite (precisariam de 9 mil), quadro que se repete em várias cidades do país.

Com informações de UOL