Kelps: "Cadeira de governador do RN se tornou elétrica"

22 de Janeiro 2019 - 06h31
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O deputado estadual Kelps Lima (Solidariedade) voltou a cobrar da governadora Fátima Bezerra ações eficazes voltadas para equilibrar as finanças do Estado. Em artigo publicado nas suas redes sociais, o parlamentar afirmou que "nos últimos oito anos, a cadeira de governador se tornou uma cadeira elétrica".


Confira o texto abaixo, na íntegra.


A ELEIÇÃO É DIFERENTE DA GESTÃO.


Os requisitos para ganhar uma eleição são diferentes dos requisitos para fazer um bom governo. A política antiga já nos mostrou isso por A + B.


Na eleição, o candidato faz uma pesquisa, descobre o que as pessoas pensam, contrata um marqueteiro e produz discursos e peças publicitárias que se encaixam perfeitamente nos dados que os pesquisadores puxaram nas ruas.


Promessas e frases de efeito para ganhar votos.


O problema é o que vem depois da eleição: a gestão. 


A gestão de um governo está cada vez mais difícil no RN. Nos últimos oito anos, a cadeira de governador se tornou uma cadeira elétrica. 


A obrigação de governar, de controlar a máquina pública, é cada vez mais complexa. Uma tabulação enorme de perdas e ganhos que requer boa vontade intelectual, foco no conceito macro, rédea curta no conceito micro, equipe técnica qualificada, e grandeza de espírito para enfrentar o deserto que sempre vem logo após as decisões mais incompreendidas.


Na gestão, de pouco adianta o discurso da campanha, as promessas ao vento, a música de autoajuda e o marketing eleitoral bonito e bem acabado.


Os dois últimos Governos que tivemos, Rosalba e Robinson, foram exemplos de que os requisitos para ganhar a eleição são diferentes daqueles necessários para fazer um bom governo. Aclamados nas urnas, desastrados na gestão.


Agora, começando 2019, temos um governo novo. Que ganhou a eleição com um apelo eleitoral baseado em critérios que estão longe, muito longe mesmo, daqueles que o momento histórico-administrativo exige para o Estado. A máquina está repleta de custos, seca de recursos e se tornou espólio de um segmento do eleitorado que foi treinado para pensar que o Estado sempre vai prover todos os sonhos e desejos dos indivíduos.


Vamos torcer para que o conteúdo utilizado para ganhar a eleição seja posto de lado e o novo grupo governamental adote medidas de gestão, suportando todos os dramas de seus efeitos colaterais.


Na intimidade do gabinete, após três semanas da posse, aqueles mais afinados com a realidade já perceberam que os requisitos para ganhar uma eleição são diferentes dos requisitos para fazer um bom governo.