
Ministros do Palácio do Planalto elegeram dois personagens do governo como os principais responsáveis pela crise da fraude do INSS. O esquema foi descoberto após uma série de reportagens do Metrópoles.
Para o Planalto, um dos culpados seria o chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho. A avaliação é de que ele deveria ter comunicado o caso ao núcleo duro do governo, e não apenas notificado o INSS. A informação é do Metrópoles.
O próprio chefe da Casa Civil, Rui Costa, disse, em entrevista, que Vinicius falhou ao não alertar “ao nível de ministro” assim que surgiram as primeiras desconfianças das fraudes no INSS.
“O papel da Polícia Federal é apurar o crime. O da Controladoria é impedir o crime. São naturezas diferentes. A Controladoria Geral tem o papel de evitar o problema, apontar falhas de procedimentos”, afirmou o ministro ao jornal O Globo.
Outro apontado por integrantes do Planalto como culpado é o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), que pediu demissão em 2 de maio, após passar por um processo de fritura interna dentro do próprio governo.
Na avaliação de ministros palacianos, Lupi não teve competência para gerir a crise. Além disso, o pedetista teria cometido o erro de defender publicamente o ex-chefe do INSS Alessandro Stedanutto, que foi demitido.
Metrópoles revelou escândalo do INSS
O escândalo do INSS, o Instituto Nacional do Seguro Social, foi revelado pelo Metrópoles por meio de em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.
Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude na filiação de segurados.
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal. Também provocaram a demissão do presidente do INSS e do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.