Produção industrial potiguar cresce menos em junho, aponta Sondagem FIERN

21 de julho 2022 - 13h33
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A Sondagem das Indústrias Extrativas e de Transformação do Rio Grande do Norte, elaborada pela FIERN aponta moderação no crescimento – quase estabilidade – do nível de produção industrial de junho (50,4 pontos) relativamente ao mês anterior, segundo a percepção dos empresários. Este é o quinto mês seguido de alta da produção, apesar da perda de força. O número de empregados, contudo, aumentou na comparação com maio (indicador de 51,8 pontos), após sete meses de
declínio. O nível médio de utilização da capacidade instalada (UCI) atingiu 73% em junho, indicando um aumento de três pontos percentuais na comparação com maio (70%); com esse resultado, a UCI alcançou o patamar mais elevado para um mês de junho desde 2012, quando atingiu 74%. Mesmo assim, a utilização da capacidade foi considerada pelas empresas como abaixo do padrão usual para o período (indicador de 46,5 pontos), avaliação que se vem repetindo ininterruptamente desde agosto de 2018. Por sua vez, os estoques de produtos finais foram classificados dentro do nível planejado pelo conjunto da indústria (50,0 pontos).

Quanto aos indicadores apurados a cada três meses, o índice de satisfação da indústria com a margem de lucro operacional registrou aumento para o conjunto do setor no segundo trimestre de 2022 (51,1 pontos). Por seu turno, os índices de satisfação com a situação financeira e de facilidade de acesso ao crédito, apesar de assinalarem aumento, permaneceram abaixo da linha divisória de 50 pontos (47,4 e 39,6 pontos, respectivamente), indicando situação financeira desfavorável e oferta de crédito restrita, o que pode ser explicado pelos sucessivos aumentos das taxas de juros pelo Banco Central desde 2021, em decorrência da inflação. Quanto ao indicador de preços médios das matérias-primas, apesar de continuar elevado, perdeu intensidade ante o primeiro trimestre (de 76,1
para 68,3 pontos), assinalando menor pressão destes sobre o custo de produção industrial. Os principais problemas da indústria no segundo trimestre de 2022, na opinião dos empresários potiguares, continuou sendo a falta ou alto custo da matéria-prima – pelo sétimo trimestre consecutivo -, apesar do recuo nas citações, seguida pela competição desleal, pela falta de capital de giro e pela falta ou alto custo da energia.

No que diz respeito às expectativas manifestadas no mês de julho de 2022, os empresários potiguares da indústria indicam perspectivas de crescimento na demanda, nas compras de matérias-primas e no número de empregados em relação aos próximos seis meses, ao mesmo tempo em que esperam estabilidade nas vendas externas. Contudo, a intenção de investimento voltou a recuar em julho pelo segundo mês seguido, atingindo 54,7 pontos, o que representa queda de 4,5 pontos na comparação com o levantamento anterior (59,2 pontos), mas ainda supera em 5,1 pontos o indicador de julho de 2021 (49,6 pontos).

Quando comparados os dois portes de empresa pesquisados, observam-se, em alguns aspectos, comportamentos divergentes e desempenho mais favorável das médias e grandes. As pequenas indústrias apontaram queda na produção após três meses de crescimento, declínio no número de empregados pelo sétimo mês seguido, nível de estoques abaixo do planejado, insatisfação com a margem de lucro operacional, maior dificuldade no acesso ao crédito e UCI abaixo da média do
conjunto do setor. As médias e grandes empresas, por sua vez, assinalaram crescimento na produção, aumento no número de empregados, nível de estoques acima do planejado, satisfação com a margem de lucro, moderação na dificuldade de acesso ao crédito e UCI acima da média do setor. Note-se, no entanto, que a intenção de investimento das pequenas aumentou, enquanto a das indústrias de maior porte recuou, embora a propensão a investir das últimas permaneça
superior.

Comparando-se os indicadores avaliados pela nossa Sondagem Industrial com os resultados divulgados em 15/07 pela CNI para o conjunto do Brasil, observa-se que, de um modo geral, as avaliações convergiram, inclusive no que diz respeito à perda de força do crescimento da produção (50,1 pontos). Quanto às tendências distintas, os empresários nacionais apontaram satisfação com a situação financeira de suas empresas (50,3 pontos) e insatisfação com a margem de lucro operacional (indicador 46,2 pontos).

Para acessar a íntegra da Sondagem Industrial Rio Grande do Norte favor acessar o link: https://www.fiern.org.br/wp-content/uploads/2022/07/SONDIND_jun2022.pdf

Para maiores informações sobre a Sondagem nacional, favor acessar o link: https://static.portaldaindustria.com.br/media/filer_public/cc/5d/cc5d7bc0-a422-42ca-8695-ee36fd543aec/sondagemindustrial_junho2022.pdf