
A TV Gazeta de Alagoas disse à Justiça que a Rede Globo "claramente abusa da boa-fé" ao decidir não renovar o vínculo de 48 anos com a emissora de TV da família do ex-presidente Fernando Collor — ele é o acionista majoritário.
A TV Gazeta solicitou à Justiça uma tutela de urgência para que a Globo seja obrigada a renovar contrato com a emissora por mais cinco anos. A defesa apresentou, na quarta-feira (22), uma resposta aos argumentos dados pela Globo na 10ª Vara Cível da Capital de Alagoas.
O argumento é que o contrato é essencial para a manutenção da OAM (Organização Arnon de Mello) e representa 72% do faturamento do grupo.
A TV Gazeta afirma que, caso o contrato não seja renovado, toda a OAM deve ir à falência. O processo de recuperação judicial corre em Maceió.
Isso resultaria em demissão em massa e calotes de mais de R$ 100 milhões, segundo a empresa — R$ 77 milhões em débitos renegociados com a Fazenda Nacional e R$ 27 milhões com os credores inscritos na recuperação judicial.
A emissora de AL declarou ainda que não há "real motivo" para o fim da parceria. O contrato da Globo com a Gazeta termina no dia 31 de dezembro.
O juiz Léo Dennisson Bezerra de Almeida aguarda parecer do MP-AL sobre o caso para decidir.
O principal argumento da Globo para o fim do vínculo é que Collor foi condenado à prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em um esquema que usou a TV Gazeta na corrupção. A emissora do Rio informou ao grupo alagoano, no dia 4 de outubro, que não tem interesse em manter a parceria.
Globo já acertou com novo parceiro na região. A partir de 1º de janeiro de 2024, terá uma nova afiliada em Alagoas: o grupo Asa Branca, que já é parceiro para retransmissão da emissora em Caruaru (PE).
Com informações de UOL