Um árbitro que nunca engoliu desaforos

20 de Outubro 2019 - 07h59
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Quem nunca... em uma pelada entre amigos ou num jogo disputado interclasses,  intercolegiais, interbairros ou mesmo profissional não teve vontade de xingar o árbitro do jogo? O Brasil teve um juiz que não levava desaforos para casa. Várias são as histórias de Mário Gonçalves Vianna, com dois “enes”, como ele sempre exigia. Foi árbitro da FIFA, apitando a Copa do Mundo de 1954, se desligando após denunciar uma conversa particular entre o atacante Puskas (Hungria) e o árbitro inglês Mr Ellis antes do jogo entre brasileiros e húngaros e que o juiz teve atuação desastrada.

Na Copa de 1954, foi escalado para apitar Itália x Suíça. Inconformado com a marcação do árbitro brasileiro, o italiano Boniperti partiu para cima dele aos empurrões ao fim do primeiro tempo. Mario Vianna deu-lhe um soco na ponta do queixo, ocasionando um nocaute no atleta, que dobrou os joelhos e caiu no gramado. Ato contínuo, autorizou o atendimento e que levassem o jogador ao vestiário, mas antes, disse ao massagista: “Se ele estiver em condições, pode voltar para o segundo tempo”. Boniperti voltou, calado e quieto, sem provocar o seu desafeto.

Vianna também foi comentarista de arbitragem e era dele a marca registrada “gol...le...galllll” e “banheeeeiiiiiraaaa”, nas transmissões da Rádio Globo. Morreu em 16.10.1989, de pneumonia, aos 87 anos.

Créditos de Imagens e Informações para criação do texto: “O outro lado do futebol” (Teodoro de Castro Lino); Revista Placar