Governo Lula corta compra de energia eólica, e medida pode gerar demissões no RN, denuncia Jean Paul

24 de Abril 2025 - 17h00
Créditos: Agência Brasil

O ex-presidente da Petrobras e ex-senador Jean Paul Prates denunciou nesta quarta-feira (23) que o Governo Lula, através do Ministério de Minas e Energia, tem cortado a compra de energia de usinas eólicas. O Rio Grande do Norte, que é o maior produtor de energia eólica do País, é um dos mais afetados com a medida. O Estado tem mais de 10 GW de capacidade instalada.

Em entrevista à 98 FM, Jean afirmou que, por causa da medida, usinas potiguares sofreram cortes de até 70% em sua receita estimada. Ele fez a denúncia em tom de crítica ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

“Eu quero que as pessoas conheçam e saibam que há falhas nesse setor de Minas e Energia. Não é por implicância com o ministro, mas (as falhas) estão afetando o nosso estado, a nossa região. Nós hoje, por exemplo, entre outras coisas, estamos vivendo um período onde as nossas energias, as nossas usinas eólicas estão cortadas em até 70% da sua receita estimada”, disse.

O cenário, conforme afirmou Prates, ameaça a empregabilidade do setor, através de demissões.

“Quem está pagando essa conta toda que deu no sistema é a eólica, é a solar, portanto são os empregos em João Câmara, no Seridó, na Serra de Santana, em Areia Branca, em Serra do Mel. Essa turma está parada 70% do tempo e não pode vender energia para outro, porque o contrato é com o governo. Então ele manda você parar, não te indeniza e você não pode vender para mais ninguém”, disse.

De acordo com o ex-senador, a medida da empresa estatal está relacionada com a natureza das gerações de energia, eólica e solar, por serem intermitentes, ou seja, sofrerem interrupções. Com isso, a linha de transmissão da energia produzida estaria prejudicada, o que teria causado a diminuição de investimentos no setor.

“O governo tem um contrato com eles para comprar energia e o governo chegou para eles e disse assim, eu vou comprar 30% do que eu iria comprar esse ano de você. É uma coisa muito complexa de explicar, mas de fato tem a ver com a estrutura de transmissão, de linha de transmissão, que não poderia suportar, eventualmente, se houvesse um corte, ela não responde na mesma hora. Teve até um apagão recentemente por conta disso”. explicou.

Contudo, Prates considera que a solução foi radical além do que o necessário, sendo utilizada para criar uma necessidade da produção de energia a gás. Isso configura, para ele, um jogo de interesses.

Aí a gente começa um jogo, aí é onde eu falo que tem um jogo de interesses, que é normal em qualquer país, em qualquer lugar, mas é quando você tem fontes contra fontes energéticas e aí, no nosso caso, na nossa região, que não tem gás natural, não tem etanol, não tem biodiesel, vamos sofrer. Principalmente Rio Grande do Norte,”, disse.

98 FM