Preço de passagens aéreas dão salto de 15,1% no RN

26 de Março 2022 - 04h40
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Depois de um período com redução de preços por causa da crise provocada pela pandemia, o bilhete aéreo no mercado doméstico do Rio Grande do Norte subiu 15,1% em 2021, chegando a R$ 604,52. O valor representa R$ 80 a mais que o bilhete para o mesmo período de 2020, com tarifa média de R$ 524,43. Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

De acordo com a Anac, a alta nas passagens está relacionada com o aumento de 91,9% do preço médio do querosene de aviação (QAV) no ano passado frente ao valor praticado em 2020 foi um dos principais fatores para a alta do bilhete aéreo. Antes do fechamento de 2021, o preço do combustível de aviação chegou a registrar elevação de 94,4%. 

Aliado a isso, crescimento de aproximadamente 55,8% na demanda e oferta do transporte aéreo no ano passado ante os dados registrados em 2020 contribuíram para a alta da tarifa. O valor do dólar, outro componente que impacta diretamente os custos do setor, terminou 2021 valendo 8,4% a mais em relação a 2020. Os aeroportos no Rio Grande do Norte, entre embarque e desembarques, registram 1,8 milhão de passageiros. Foram  analisados dados de voos nos aeroportos Aluízio Alves (São Gonçalo do Amarante), Dix-Sept Rosado (Mossoró) e da Base Aérea de Natal (Parnamirim).

No Brasil, as passagens também voltaram a subir. Os dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que o bilhete aéreo comercializado no mercado doméstico em 2021 foi de R$ 494, alta de 19,28% na comparação com o registrado em 2020, e 2% acima de 2019. 

Ainda com relação do Rio Grande do Norte, o valor médio do bilhete aéreo, durante o ano de 2020, registrou preço de R$ 524,43. No período, a pandemia da Covid-19, que reduziu voos, levou o bilhete aéreo ao menor patamar desde 2012.

Entre as três principais aéreas brasileiras, que transportaram 98,4% de passageiros durante 2021 no mercado doméstico, a Gol Linhas Aéreas foi a empresa com maior percentual de aumento no bilhete comercializado, com alta de 25,9%, seguida pela Azul Linhas Aéreas, com acréscimo de 17%, e da Latam, alta de 12,4%. No entanto, de janeiro a dezembro do ano passado, a Azul foi a companhia que apresentou o maior valor médio do ticket aéreo, de R$ 562,66. Gol e Latam vieram em seguida, com média de R$ 481,76 e R$ 444,90, respectivamente.

A inflação acumulada em 12 meses, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 10,06% em 2021, percentual superior ao centro da meta estipulada pelo Banco Central do Brasil, previsto em 3,75%.

Recomendação
Ariane Benedito, economista da CM Capital, concorda com a dificuldade das empresas em repassar os custos aos passageiros. De acordo com ela, a tarifa média dos preços das passagens das companhias aéreas brasileiras cresceu cerca de 10% (9,9%) de 2020 para 2021. No mesmo período, o custo de combustível para as empresas aumentou 43,34%. 

No entanto, ela avalia que há uma demanda reprimida pelos serviços que pode refletir positivamente nos preços das ações. "Eu acho que há uma visão positiva para as empresas desse setor porque o mercado está olhando para o dólar e para uma demanda reprimida que a gente ainda tem", ressalta.

A redução da variação da moeda norte-americana é importante para as companhias porque parte das suas receitas são dolarizadas. Isso quer dizer que, se há uma redução no preço do dólar, os custos tendem a cair para as empresas. O preço do dólar caiu nas últimas semanas. 

De acordo com Pedro Bruno, analista da XP, 55% dos custos das companhias são em dólar. Desse total, cerca de 30% a 35% são representados pelo combustível. No entanto, ele afirma que o alívio na variação de câmbio não será suficiente para amenizar o impacto da alta do combustível. "O aumento do combustível foi tão relevante que foi mais importante do que aconteceu com o câmbio", ressalta Bruno.

Com informações da Tribuna do Norte.