
O desaparecimento do empresário Nelson Francisco Carreira Filho, de 43 anos, ocorrido em 16 de maio, segue cercado de desdobramentos dramáticos. Preso nesta quinta-feira (6/6) em Uberlândia (MG), o suspeito Felipe afirmou à Polícia Civil que jogou o corpo de Nelson no Rio Grande, em Miguelópolis (SP), a mando de Marlon Couto Paula Junior — apontado como autor do disparo que teria matado o empresário.
Segundo o delegado Heitor Assis, Felipe também relatou que foi até Cravinhos (SP), onde o crime teria ocorrido, para buscar o corpo da vítima após o homicídio.
Três pessoas presas e um foragido
Além de Felipe, outras duas pessoas foram presas nos últimos dias: Marcela Silva de Almeida, esposa de Marlon, foi detida em São Joaquim da Barra (SP), e Tadeu Almeida Silva, tio de Marcela, se entregou à polícia no fim de maio.
Tadeu confessou ter dirigido o carro da vítima até a cidade de São Paulo e ajudado na ocultação do corpo. Ele também aparece em imagens de câmeras de segurança usando um boné similar ao de Nelson. O carro da vítima foi abandonado na zona norte da capital paulista.
Conflito entre sócios
De acordo com Tadeu, o crime ocorreu durante uma reunião entre Nelson e Marlon na sede da empresa AppleLife, em Cravinhos. Os dois eram sócios no ramo de suplementos e o encontro teria sido motivado por um conflito envolvendo o uso indevido da marca Bariatric Gold, de propriedade de Nelson. A vítima exigia compensação financeira para não derrubar um site de vendas onde o produto era oferecido sem autorização.
Durante a discussão, Marlon teria atirado na cabeça de Nelson e, em seguida, com ajuda de Tadeu, enrolado o corpo em lonas e lavado o local. O corpo foi transportado e, segundo os relatos, jogado no rio.
Desdobramentos após o crime
Após o crime, Tadeu viajou com Marlon e Marcela até São Paulo, onde abandonou o carro da vítima. Os três, depois, acompanharam a esposa de Nelson em uma delegacia e foram até o apartamento onde ele morava com a família. Câmeras de segurança registraram a entrada do trio no prédio.
Família clama por justiça
Melissa Carreira, irmã da vítima, relatou ao portal Metrópoles a dor da família. Ela contou que Nelson, conhecido como Tico, era o caçula de cinco irmãos e assumiu o papel de referência após a morte do pai, aos 13 anos. Era casado há 12 anos e pai de uma menina de 12. “Ele era a base da nossa família”, disse, emocionada.
O corpo de Nelson ainda não foi localizado, apesar das buscas realizadas com apoio do Corpo de Bombeiros no Rio Grande. Marlon segue foragido.